Hoje, Deus oferece-vos a sua graça: convertei-vos!

Meus irmãos, não adiemos mais o nosso regresso a Deus. […] Uma vez que Deus vos oferece hoje a sua graça, porque não a aproveitais? Dizer que não há pressa, que tendes tempo, não será, meus irmãos, raciocinar como insensatos? Pensai, de que sois capazes quando estais doentes? De nada! Nem sequer conseguis fazer um ato de contrição em condições, porque estais tão absorvidos pelos vossos sofrimentos que não pensais na vossa salvação. Pois bem, meus irmãos, teremos a insensatez de esperar que venha a morte para nos convertermos? Fazei pela vossa pobre alma ao menos o que fazeis pelo vosso corpo, que não passa de matéria em decomposição e que, dentro de alguns instantes, será alimento dos mais vis animais. Quando vos feris perigosamente, esperais seis meses ou um ano para aplicar os remédios que julgais necessários para vos curardes? Quando sois atacados por um animal feroz, esperais até estardes meios comidos para gritar por socorro? Não pedis imediatamente ajuda aos vizinhos? Porque não fazeis o mesmo, meus irmãos, quando vedes a vossa pobre alma manchada e desfigurada pelo pecado, reduzida à tirania dos demónios? Por que não recorreis imediatamente ao Céu, pedindo ajuda, e não recorreis à penitência? Sim, meus irmãos, por muito pecadores que sejais, já que desejais um dia deixar o pecado, porque não o deixais hoje mesmo, já que Deus vos deu o tempo e a graça para o fazer?

São João-Maria Vianney (1786-1859) presbítero, Cura de Ars – Sermão para o 3.º Domingo após o Pentecostes

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