Basílio de Selêucia (?-c. 468) bispo – Sermão em louvor de Santo André, 3-4; PG 28, 1103
André conhecia estas palavras de Moisés: «O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, de entre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar» (Dt 18,15). Assim, ao ouvir João Batista exclamar: «Eis o Cordeiro de Deus» (Jo 1,29), vai espontaneamente ter com Ele: reconheceu o profeta anunciado pela profecia, e leva seu irmão até junto daquele que encontrou, mostrando a Pedro o tesouro que este não conhecia: «Encontrámos o Messias, o desejado. Esperávamos a sua vinda, contemplemo-lo agora. Encontrámos Aquele por quem a portentosa voz dos profetas nos ordenava que esperássemos. O tempo presente trouxe-nos Aquele que a graça havia anunciado, Aquele que o amor esperava ver». André foi ter com seu irmão Simão e partilhou com ele o tesouro da sua contemplação, conduzindo Pedro até ao Senhor. Espantosa maravilha! André não é ainda discípulo, mas tornou-se já condutor de homens. É a ensinar que ele começa a aprender e que adquire a dignidade de apóstolo: «Encontrámos o Messias. Depois de tantas noites passadas sem dormir nas margens do Jordão, encontrámos agora o objeto dos nossos desejos». Pedro estava pronto para seguir este chamamento; o irmão de André avançou cheio de fervor e de ouvido atento […]. Quando, mais tarde, Pedro vier a ter uma conduta admirável, devê-la-á ao que André havia semeado. O louvor dado a um recai igualmente sobre o outro; porque os bens de um pertencem ao outro, e um glorifica-se nos bens do outro.