São Sebastião e a Batalha da Baía de Guanabara

Pregação do Padre Paulo Ricardo disponível em seu canal do YouTube

Quando fundou a cidade no dia 1º de março de 1565, na praia de Fora, entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, o capitão Estácio de Sá, enviado à Baía de Guanabara para barrar a ocupação francesa, deu ao vilarejo o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro

A missão de Estácio, sobrinho do governador-geral Mem de Sá, não era fácil: os franceses estavam estabelecidos na Baía de Guanabara desde 1555, quando chegou a primeira missão comandada por Nicolas Durand de Villegagnon, e contavam com o apoio dos tupinambás

Em janeiro de 1567, os portugueses prepararam o golpe decisivo: uma verdadeira esquadra – três galeões, dois navios, seis caravelas e muitas embarcações menores – zarpou da Bahia, comandada pelo próprio Mem de Sá e com a presença do padre José de Anchieta; do Espírito Santo, chegou uma tropa com uma maioria de índios temiminós, inimigos dos tupinambás e aliados dos portugueses.

Foi então vencida a batalha de Uruçumirim onde, os portugueses relatam que o próprio São Sebastião apareceu lutando ao lado deles e dos temiminós – como aparecera um ano antes na Batalha das Canoas, em plena Baía de Guanabara, ajudando a salvar um dos homens de Estácio de Sá do cerco dos tamoios. Foi a vitória no dia 20 de janeiro que garantiu, definitivamente, o domínio português sobre a Baía de Guanabara, com a expulsão dos franceses, como Gustavo Barroso:

“Em 1566 a batalha das canoas foi travada na Baía de Guanabara e os franceses com o apoio de aproximadamente 180 canoas dos nativos Tamoios que estavam em vantagem numérica sobre os portugueses e seus aliados Temiminós, mas uma explosão ocorreu a partir de um barril de pólvora de uma canoa portuguesa.

Neste momento, a mulher do cacique Guaixará, tomada de pânico, começa a gritar, alastrando o pânico entre os Tamoios, que debandaram. Os povoadores, atribuindo o fato a um milagre, acorreram à Capela de São Sebastião, rendendo-lhe graças pela salvação de suas vidas. Nascia, desse modo, a lenda atribuída aos Tamoios da aparição de um jovem guerreiro vestido com armadura, durante o combate, passando de uma para outra canoa portuguesa, causando pânico ao inimigo, assim como a tradição, conservada por séculos, de se simular combates de canoas nas águas da baía, como comemoração pelo Dia do Padroeiro.

Os Tamoios partiram em retirada. Estes afirmaram aos franceses, que se refugiaram nas matas depois da derrota, que viram no meio da explosão esse guerreiro pulando de canoa em canoa defendendo os portugueses, e se um espirito tão forte estava do lado dos portugueses, eles não teriam como vencer

O líder dos Temiminós, o Arariboia, que se aliara aos portugueses para combater os seus inimigos Tamoios, também afirmou ter visto o soldado sobre as canoas”.

Referência: A Terra de Santa Cruz

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