«Eis que subimos a Jerusalém»

Santo Agostinho (354-430) bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja – Dissertações sobre os Salmos, Sl 121

Nos «salmos de subida», o salmista aspira a Jerusalém e diz que quer subir. Subir para onde? Desejará ele alcançar o sol, a lua, as estrelas? Não. Deseja subir ao céu, onde se encontra a Jerusalém eterna, e onde vivem os anjos, nossos concidadãos (Heb 12,22). Aqui na terra, estamos exilados, longe deles. Ainda a caminho, neste exílio, suspiramos; ao chegar à cidade, estremeceremos de alegria. Durante a viagem, encontramos companheiros que já viram essa cidade e que nos encorajam a correr para ela. Eles inspiraram ao salmista uma exclamação de alegria: «Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!» (Sl 122,1). […] Iremos para a casa do Senhor: corramos pois, corramos, pois chegaremos à casa do Senhor. Corramos sem nos cansar; lá, não haverá cansaço. Corramos para a casa do Senhor e estremeçamos de alegria com aqueles que nos chamaram e que primeiro contemplaram a nossa pátria. Eles gritam de longe aos que os seguem: «Vamos para a casa do Senhor; caminhai, correi!» Os apóstolos viram essa casa e chamam-nos: «Caminhai, correi, segui-nos! Vamos para a casa do Senhor!» E o que responde cada um de nós? «Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!». Regozijei-me com os profetas, regozijei-me com os apóstolos, pois todos eles nos dizem: «Vamos para a casa do Senhor».

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