A Igreja, sacramento visível da unidade salvífica

Da Constituição dogmática Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja
(N.º 9) (Sec. XX)

   Eis que vêm os dias – palavra do Senhor – em que estabelecerei com a casa de Israel e a casa de Jacob uma aliança nova… hei-de imprimir a minha lei no seu espírito, gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E todos Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor.
   Cristo estabeleceu este novo pacto, a nova aliança no seu Sangue, formando de entre os judeus e os gentios um povo que realizasse a sua unidade, não segundo a carne mas no Espírito, e constituísse o novo povo de Deus.
   Os que crêem em Cristo, renascidos de uma semente não corruptível mas incorruptível pela palavra de Deus vivo, não da carne mas da água e do Espírito Santo, vêm a constituir a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido por Deus… que outrora não era o seu povo, mas agora é o povo de Deus.
   Este povo messiânico tem como cabeça Cristo, que foi entregue por causa dos nossos pecados e ressuscitou para nossa justifi cação, e que, tendo recebido um nome que está acima de todo o nome, reina agora gloriosamente nos Céus.
   Este povo tem a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, em cujos corações habita o Espírito Santo como em seu templo.
   Tem como lei o mandamento novo: amar como Cristo nos amou.
   Tem como fim o reino de Deus, começado já na terra pelo próprio Deus, mas que deve ser continuamente desenvolvido até ser também por Ele consumado no fim dos tempos, quando Cristo, nossa vida, Se manifestar e toda a criação for liberta da escravatura da corrupção, para participar na gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
   Assim, o povo messiânico, ainda que não abranja actualmente todos os homens e apareça até frequentemente como um pequeno rebanho, constitui para toda a humanidade um germe fecundíssimo de unidade, de esperança e de salvação.
   Estabelecido por Cristo em ordem à comunhão de vida, de amor e de verdade, é por Ele tornado como instrumento da redenção universal e enviado ao mundo inteiro como luz do mundo e sal da terra.
   Assim como Israel segundo a carne, peregrino no deserto, é já chamado Igreja de Deus, também o novo Israel do tempo actual, que vai caminhando neste mundo em busca da cidade futura e permanente, se chama Igreja de Cristo, porque Ele a adquiriu com seu Sangue, a encheu do seu Espírito e a dotou com meios aptos para uma união visível e social.
   Deus convocou todos aqueles que olham com fé para Jesus, como autor da salvação e princípio da unidade e da paz, e com eles constituiu a Igreja, a fim de que ela seja para todos e cada um o sacramento visível desta unidade salvadora.

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