Catecismo da Igreja Católica
§ 328-332
A existência dos seres espirituais, não corpóreos, a que a Sagrada Escritura chama habitualmente anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a este respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição. Santo Agostinho diz acerca deles: «Anjo (mensageiro) é a designação do encargo, não da natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz». Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam «constantemente a face de meu Pai que está nos Céus» (Mt 18,10), são «poderosos executores da sua palavra, obedientes ao som da sua palavra» (Sl 103,20). Como criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais, que superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor da sua glória. Cristo é o centro do mundo angélico; os anjos são seus: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus anjos» (Mt 25,31). São seus, porque foram criados por Ele e para Ele: «Pois nele foram criadas todas as coisas, nos Céus e na Terra, as visíveis e as invisíveis: tronos, dominações, principados, potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele» (Col 1,16); são seus, mais ainda, porque Ele os fez mensageiros do seu projeto de salvação: «Porventura não são todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a salvação?» (Heb 1,14).