A missão do amor

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897)carmelita, doutora da Igreja
Carta à Ir. Maria do Sagrado Coração, 08/09/1896

Apesar da minha pequenez, sinto a necessidade, o desejo, de realizar para Ti, Jesus, as obras mais heroicas. Gostaria de percorrer a terra, de pregar o teu nome e de plantar a tua cruz gloriosa em solo infiel; mas, meu Bem-amado, uma só missão não me bastaria; gostaria também de anunciar o Evangelho nas cinco partes do mundo e nas ilhas mais remotas. Gostaria de ser missionária não só durante uns anos, mas desde a criação do mundo e até à consumação dos séculos. Ó meu Jesus, que resposta darás a todas as minhas loucuras? Haverá alma mais pequena e mais impotente do que a minha? No entanto, precisamente por causa da minha fraqueza, Tu quiseste, Senhor, satisfazer os meus pequenos desejos infantis, e hoje queres satisfazer outros desejos, maiores do que o Universo. […] A caridade deu-me a chave da minha vocação. Compreendi que, se a Igreja tinha um corpo composto por diferentes membros, não lhe faltava o mais necessário, o mais nobre de todos; compreendi que a Igreja tinha coração, e que esse coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia agir os membros da Igreja, que se o amor se extinguisse, os apóstolos deixariam de anunciar o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue. Compreendi que o amor continha todas as vocações, que o amor era tudo, que abrangia todos os tempos e todos os lugares; numa palavra, que era eterno. Então, num excesso da alegria delirante, exclamei: «Ó Jesus, meu amor, encontrei finalmente a minha vocação: é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja e esse lugar, ó meu Deus, fostes Vós que mo destes. No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor; assim serei tudo, assim se realizará o meu sonho».

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima