«Cheios de assombro, diziam: “Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem”»
Santo Agostinho (354-430)bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os salmos, 4.º sobre o salmo 103, § 17
«Cantarei ao Senhor enquanto viver» (Sl 103,33). O que cantará o salmista? Cantará tudo aquilo que Deus é. Cantemos a glória do Senhor durante toda a nossa vida. A nossa vida atual mais não é que uma esperança; a nossa vida futura será a eternidade. A vida desta vida mortal é a esperança da vida imortal: «Cantarei ao Senhor enquanto viver; louvarei o meu Deus enquanto existir». E, porque viverei nele sem fim, enquanto viver cantarei ao meu Deus. Não pensemos que, quando tivermos começado a cantar ao Senhor na cidade do Céu, quereremos fazer outra coisa; nessa altura, toda a nossa vida consistirá em cantar a glória de Deus. Se, neste mundo, o objeto dos nossos louvores nos aborrece, também os nossos cantos de louvor poderão aborrecer-nos. Se, porém, O amarmos eternamente, também eternamente O louvaremos: «Louvarei o meu Deus, enquanto existir».