São Cláudio de la Colombière (1641-1682)jesuíta
Diário espiritual
Deus é perfeito em todos os sentidos. É impossível encontrar nele algo que não seja infinitamente bom. Ele é sábio, prudente, fiel, bondoso, liberal, belo, doce, nada desprezando de tudo o que criou, cuidando bem de nós, governando-nos com doçura, e até com respeito, paciente, isento dos movimentos desenfreados das paixões; Ele tem tudo aquilo que amamos nas criaturas; tudo está unido nele, e para sempre, e de uma forma infinitamente perfeita. Ele não tem nenhum dos defeitos que nos chocam, que nos repelem, que nos repugnam nos objetos criados. Então, porque é que não O amamos só a Ele? […] Deus não é apenas perfeito, ele é a fonte de toda a perfeição. É só nele que podemos buscá-la; e isso faz-se estudando-a e nela meditando: «Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como é» (1Jo 3,2). Isso será no Céu. Nesta vida, aproximar-nos-emos tanto mais dessa semelhança quanto mais nela meditarmos. […] Jesus, na medida das minhas possibilidades, quero deixar-me guiar pelos teus exemplos e pelas tuas máximas, pois só eles podem conduzir-me a Ti e salvar-me dos embaraços da ignorância e dos erros a que as minhas paixões poderiam conduzir-me.