«Para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou»

Simeão
o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hinos 51, SC 196

A tua luz rodeia-me e dá-me vida, ó meu Cristo, porque o teu olhar é fonte de vida, o teu olhar é ressurreição. Não sou capaz de falar sobre a ação da tua luz, mas o que conheci na realidade e o que sei, meu Deus, é que mesmo na doença, ó Mestre, mesmo nas aflições e nas dores, na prisão, na fome, em mil sofrimentos, ó meu Cristo, a tua luz, ao brilhar, dissipa tudo isso como trevas, e o teu divino Espírito transporta-me para o repouso, a luz e o gozo da luz. […] Porque, assim como quando o Sol se põe, a noite cai e a escuridão se instala, e os animais selvagens vão procurar alimento, assim também, ó meu Deus, quando a tua luz deixa de me cobrir, imediatamente as trevas desta vida e o mar dos pensamentos me envolvem, as feras da paixão me devoram, e todos os pensamentos me enredam. Mas, quando de novo Te compadeces de mim, quando tens misericórdia, quando escutas os meus gemidos e lamentações, e acolhes as minhas lágrimas, quando Te dignas fixar a humilhação deste que está carregado de pecados inexpiáveis, ó meu Cristo, fazes-Te ver de longe, como estrela que se eleva e vai aumentando pouco a pouco – não porque mudes, mas porque abres o espírito ao teu servo para que possa ver-Te. Pouco a pouco, mostras-Te mais e mais, como o Sol, pois, à medida que as trevas se dissipam e desaparecem, é a Ti que creio ver chegar, a Ti, que estás presente em toda a parte; e, quando me envolves por inteiro, como no passado, ó meu Salvador, quando me cobres completamente, quando me rodeias, libertas-me de todos os males e das trevas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima