São Cromácio de Aquileia, Bispo
Sermões sobre a Epifania, 34; CCL 9A, 156-157
Que grande mistério foi o batismo de nosso Senhor e Salvador! O Pai faz-Se ouvir do alto do céu, o Filho foi visto na Terra, o Espírito Santo mostrou-Se na forma de uma pomba. Com efeito, não há verdadeiro batismo nem verdadeira remissão dos pecados onde não houver a verdade da Trindade. […] O batismo que a Igreja dá é único e verdadeiro; só se faz, portanto, uma vez, e ao sermos nele mergulhados uma só vez ficamos purificados e renovados. Purificados, porque deixamos a mancha dos pecados; renovados, porque ressuscitamos para uma vida nova depois de nos termos despido da vida velha do pecado. […]
Portanto os céus abriram-se no batismo do Senhor, a fim de que, pelo banho do novo nascimento, descobríssemos que o reino do Céus está aberto aos crentes, segundo esta palavra do Senhor: «Ninguém, a menos que nasça da água e do Espírito, poderá entrar no Reino de Deus» (Jo 3,5). Entra, pois, aquele que renasce e que não negligencia a preservação do seu batismo. […]
Uma vez que Nosso Senhor veio trazer o novo batismo para a salvação do género humano e a remissão de todos os pecados, Ele próprio quis ser o primeiro batizado, não para se despojar do pecado, pois não cometera pecado, mas para santificar as águas do batismo com o fim de destruir os pecados de todos os crentes renascidos pelo batismo.