Anos Ímpares
Santa Inês, virgem e mártir
Memória
Inês, romana, foi forçada a escolher, ainda antes dos 16 anos, entre Cristo e esta vida mortal, tendo escolhido sem hesitar o seu esposo celeste, ao qual, como desejava, se uniu para sempre, mediante o martírio. De facto, superou a tenra idade e o tirano, conquistou profunda admiração entre os gentios e mereceu glória ainda maior junto de Deus. Neste dia celebra-se a sepultura do seu corpo, na segunda metade do século III ou, mais provavelmente, no princípio do século IV.
Leitura I Heb 6, 10-20
Irmãos:
Deus não é injusto.
Ele não pode esquecer o vosso trabalho
e o amor que mostrastes pelo seu nome,
colocando-vos ao serviço dos santos, no passado e no presente.
Desejamos, porém, que cada um de vós mostre o mesmo zelo,
mantendo intacta a sua esperança até ao fim,
de modo que não vos torneis tíbios,
mas imiteis aqueles que, pela fé e pela esperança,
se tornam herdeiros dos bens prometidos.
Quando Deus fez a promessa a Abraão,
como não tinha outro maior por quem jurar,
jurou por Si próprio, dizendo:
«Eu te cumularei de bênçãos
e multiplicarei a tua posteridade».
E por ter perseverado pacientemente,
Abraão alcançou a realização da promessa.
Os homens, de facto, juram por alguém maior que eles
e o juramento é uma garantia que põe fim às suas contendas.
Por isso Deus,
querendo mostrar solenemente aos herdeiros da promessa
como era imutável o seu desígnio,
comprometeu-Se com juramento.
Assim, por dois atos irrevogáveis,
nos quais é impossível Deus mentir,
nós temos um forte incentivo
para nos refugiarmos firmemente na esperança proposta.
Nela tem a nossa alma uma âncora inabalável e segura,
que penetra para além do véu,
onde entrou Jesus como nosso precursor,
constituído sumo sacerdote para sempre
segundo a ordem de Melquisedec.
compreender a palavra
Os cristãos são chamados à esperança na promessa feita por Deus em Jesus Cristo. É verdade que são muitas as tribulações do tempo presente, mas nenhuma delas pode fazer esquecer a fidelidade de Deus à promessa. Deus afirmou com juramento e a sua palavra é garantia de realização da promessa de entrarmos no lugar onde já se encontra o nosso sumo sacerdote, Jesus Cristo. Antes de nós outros acreditaram, como Abraão, e nós somos chamados a esperar confiantes nesta promessa. Deus não esquece o bem que fazemos nem o amor que temos pelo seu nome. Portanto, não podemos desanimar, mas esperar como herdeiros que somos dos bens eternos.
meditar a palavra
A esperança não é um sentimento vazio nem uma atitude infantil de quem não é capaz de lutar e trabalhar para construir a sua vida. A esperança é a confiança na palavra de Deus que se cumpre naqueles que nela acreditam. O exemplo daqueles que confiaram e chegaram a conhecer o cumprimento desta palavra, deve estimular-nos a continuar perseverantes na esperança, porque nela a fé se torna inabalável. Deus promete e cumpre a sua promessa e nós temos em Jesus a realização desta esperança. Por isso somos chamados a permanecer firmes no zelo, confiantes de que tudo o que fazemos é considerado por Deus para nos tornar, cada vez mais, herdeiros do reino anunciado por Jesus.
rezar a palavra
Tu és a minha âncora, Senhor. Só em ti ponho a minha confiança. Sei que és um Deus fiel e cumpridor das tuas promessas, por isso espero, mesmo no meio de tribulações, poder entrar no lugar do teu repouso onde já se encontra aquele que nos trouxe a promessa da herança eterna, Jesus Cristo.
compromisso
Quero animar em mim a esperança.
Evangelho Mc 2, 23-28
Passava Jesus através das searas num dia de sábado
e os discípulos, enquanto caminhavam,
começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus:
«Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus:
«Nunca lestes o que fez David,
quando teve necessidade e sentiu fome,
ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus,
no tempo do sumo sacerdote Abiatar,
e comeu dos pães da proposição,
que só os sacerdotes podiam comer,
e também os deu aos companheiros».
E acrescentou:
«O sábado foi feito para o homem
e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».
compreender a palavra
Os discípulos de Jesus são criticados pelos fariseus porque apanhava espigas em dia de Sábado. O Sábado é um tempo sagrado, consagrado ao Senhor, o que exigia abstenção de qualquer trabalho. Jesus com a sua resposta procura explicar que o Sábado não é apenas um dia de repouso, mas um dia de libertação. Aquele que instituiu o Sábado é o Deus que libertou Israel do Egito. É o mesmo que deu autoridade a David para comer dos pães que pertenciam aos sacerdotes. O mesmo Deus, revela-se, agora em Jesus que, por isso, é Senhor do Sábado e determina que o Sábado deve estar ao serviço do homem e da sua libertação.
meditar a palavra
Nesta resposta de Jesus aos fariseus posso entender que Jesus veio para me ensinar a ver mais claro o que se refere à relação do homem com Deus. Na minha perspetiva imagino que Deus pensa de um modo e interpreto assim a sua lei, a sua vontade. Muitas vezes esta minha maneira de pensar impede-me de viver e impede-me de estar com os outros. Tudo parece uma lei, uma obrigação, um impedimento, uma proibição. Jesus mostra-me que Deus, na sua palavra, não me quer oprimir nem limitar a minha relação com os outros. Deus quer a minha libertação e a sua lei, os seus mandamentos, são para me indicar o caminho da minha libertação.
rezar a palavra
Sou mesquinho, Senhor, na minha maneira de pensar e de perceber o que tu esperas de mim. Liberta, Senhor, o meu coração desta mesquinha forma de pensar e mostra-me a tua verdadeira vontade. Mostra-me, Senhor, que tu queres a minha salvação e a salvação de todos os homens. Que eu não me sinta oprimido pela tua lei nem pela tua vontade, mas encontre na tua palavra a luz para os meus passos.
compromisso
Hoje quero analisar a minha vida para perceber quantas vezes oprimo os outros em vez de os libertar.
Via: aliturgia.com