«Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé»
Catecismo da Igreja Católica §§ 160-165
Para ser humana, «a resposta da fé, dada pelo homem a Deus, deve ser voluntária. Por conseguinte, ninguém deve ser constrangido a abraçar a fé contra vontade. Efetivamente, o ato de fé é voluntário por sua própria natureza. […] Isto foi evidente, no mais alto grau, em Jesus Cristo» (Concílio Vaticano II, Dignitatis Humanae). De facto, Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo nenhum constrangeu alguém. […] Para obter a salvação, é necessário acreditar em Jesus Cristo e naquele que O enviou para nos salvar (cf Mc 16,16; Jo 3,36; 6,40). […] A fé é um dom gratuito de Deus ao homem. Mas nós podemos perder este dom inestimável. […] Para viver, crescer e perseverar até ao fim na fé, temos de a alimentar com a Palavra de Deus; temos de pedir ao Senhor que no-la aumente (cf Mc 9,24; Lc 17,5; 22,32); ela deve «atuar pela caridade» (Gl 5,6; cf Tg 2,14-26), ser sustentada pela esperança (cf Rm 15,13) e permanecer enraizada na fé da Igreja. A fé faz que saboreemos, como que de antemão, a alegria e a luz da visão beatífica, termo da nossa caminhada nesta Terra. Então, veremos Deus «face a face» (1Cor 13,12), «tal como Ele é» (1Jo 3,2). A fé, portanto, é já o princípio da vida eterna. […] Por enquanto, porém, «caminhamos à luz da fé e não da visão clara» (2Cor 5,7). […] Luminosa por parte daquele em quem crê, a fé é muitas vezes vivida na obscuridade, e pode ser posta à prova. O mundo em que vivemos parece muitas vezes bem afastado daquilo que a fé nos diz: as experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte parecem contradizer a boa nova. […] É então que nos devemos voltar para as testemunhas da fé: Abraão, que acreditou, esperando «contra toda a esperança» (Rm 4,18); a Virgem Maria, […] na «peregrinação da fé» (Concílio Vaticano II, Lumen Gentium); e tantas outras testemunhas da fé: «Estando nós rodeados de tão grande número de testemunhas, libertemo-nos de todo o impedimento e do pecado que nos cerca e corramos com perseverança para o combate que se apresenta diante de nós, fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição» (Hb 12,1-2).