Considera, homem, aquele que te cumulou dos seus dons. Reflete sobre ti mesmo. Lembra-te de quem és, do trabalho que realizas, de quem to confiou, por que razão foste preferido a muitos. Tu és o servo de Deus e tens a teu cargo os teus companheiros. Não penses que todos esses bens estão destinados ao teu ventre. Dispõe dos bens que tens entre mãos como se fossem de outrem; eles dar-te-ão prazer durante algum tempo, após o que se desvanecerão e desaparecerão. Mas ser-te-ão pedidas contas detalhadas. […] «O que hei de fazer?». A resposta foi simples: «Saciar os famintos; abrir os meus celeiros e convidar os pobres. […] Todos vós, que não tendes pão, vinde a mim, e tomai uma parte suficiente dos dons que Deus me deu. Vinde e bebei deles como de uma fonte pública».
São Basílio (c. 330-379) monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja – Homilia 6, sobre a riqueza; PG 31, 261 ss.