Isaac da Estrela (?-c. 1171) monge cisterciense – Sermão 11, 6-13; PL 194, 1728A-1729C
A prerrogativa de receber a confissão dos pecados e o poder de perdoar os pecados pertencem exclusivamente a Deus. É a Ele que devemos confessar os nossos pecados e dele que podemos esperar o perdão. Uma vez que só Ele tem o poder de perdoar os pecados, é a Ele que devemos confessar-nos. Quando o Todo-Poderoso, o Altíssimo, desposou uma noiva fraca e de baixa condição, fez dessa serva uma rainha […]. E, assim como tudo o que pertence ao Pai pertence também ao Filho, porque por natureza são um só, assim também o noivo deu tudo o que tinha à noiva e partilhou tudo o que era dela. […] Deste modo, o noivo é um só com o Pai e um só com a noiva. Tudo o que encontrou na noiva que fosse alheio à sua própria natureza, tirou-lho e pregou-o na sua cruz, quando carregou os seus pecados e os destruiu no madeiro. Recebeu dela e revestiu-se do que era dela por natureza e deu-lhe o que lhe pertencia como Deus. […] Partilhando a fraqueza da noiva, o noivo fez seus os gritos de angústia da sua noiva, e deu-lhe tudo o que era divino: a honra de receber a confissão e o poder de perdoar os pecados. É essa a razão das palavras de Cristo: «Vai mostrar-te ao sacerdote».