Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167) monge cisterciense
Oratio pastoralis, 8.10
Deus de misericórdia, escuta a minha oração pelo teu povo. A minha posição a isso me obriga, o coração a ela me inclina e a consideração da tua bondade a isso me conduz. Tu sabes, meu Senhor, quanto os amo, que lhes dei o meu coração, que a minha ternura é deles; Tu sabes, meu Senhor, que é sem dureza nem espírito de domínio que lhes dou ordens, e quanto mais desejo ser-lhes útil na caridade do que ser o primeiro entre eles, ser-lhes submisso na humildade e unido no afeto, como um deles. Ouve-me, pois, Senhor meu Deus, ouve-me e volta os teus olhos para eles de dia e de noite. Estende as tuas asas e protege-os, Senhor de bondade; estende a tua santa mão direita e abençoa-os; derrama o teu Espírito Santo nos seu coração, e que Ele os conserve na unidade de espírito e no vínculo da paz, na castidade da carne e na humildade da alma. […] Pela ação do teu Espírito, dulcíssimo Senhor, que eles tenham paz em si mesmos, entre si e comigo; que sejam modestos e benevolentes; que se obedeçam, se ajudem e se apoiem uns aos outros. Que tenham fervor de espírito, a alegria da esperança, paciência incansável na pobreza, na abstinência, no trabalho e na vigília, no silêncio e no recolhimento. Fica com eles, segundo a tua firme promessa. E, como sabes aquilo de que cada um precisa, peço-Te que fortaleças os fracos […], cures os doentes, alivies as suas dores, reanimes os tíbios e tranquilizes os instáveis, para que todos sintam a tua graça a ajudá-los nas suas necessidades e tentações.