Ó Maria, flor do Carmelo, ponde sobre os nossos ombros a armadura da vossa devoção e concedei-nos prudente conselho nas incertezas e consolação constante nas adversidade
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 10, 34 – 11, 1)
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não penseis que vim trazer paz à terra! Não vim trazer paz, mas, sim, a espada. De fato, eu vim pôr oposição entre o filho e seu pai, a filha e sua mãe, a nora e sua sogra; e os inimigos serão os próprios familiares.
Quem ama pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. E quem ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem buscar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. Quem vos recebe, é a mim que está recebendo; e quem me recebe, está recebendo aquele que me enviou. Quem receber um profeta por ele ser profeta, terá uma recompensa de profeta. Quem receber um justo por ele ser justo, terá uma recompensa de justo. E quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequenos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não ficará sem receber sua recompensa”.
Quando Jesus terminou estas instruções aos doze discípulos, partiu dali, a fim de ensinar e proclamar a Boa Nova nas cidades da região.
Celebramos hoje, com grande alegria, a Festa de Nossa Senhora do Carmo. Nossa Senhora é conhecida como a “Flor do Carmelo”. De uma forma metafórica, poderíamos dizer que o Monte Carmelo, da terra de Jesus, é onde as pessoas se encontram com Deus. Uma longa tradição liga aquela montanha à experiência mística, à experiência da contemplação, pela qual podemos verdadeiramente nos unir a Deus. Portanto, desta bela montanha da união com Deus, a mais preciosa de todas as flores é a Virgem Maria.
Na liturgia própria da Ordem dos Carmelitas, existe uma sequência chamada “Flos Carmeli”. Dela, há algumas estrofes que nos ajudam a entender a importância de nossa devoção à Virgem Mãe de Deus, sob o título de Nossa Senhora do Carmo. É um texto de São Simão Stock, um santo a quem a Virgem apareceu, dando-lhe o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.
Ele diz: “Armatura fortis pugnantium”, ou seja, a Virgem Maria é uma armadura forte para aqueles que lutam. Na nossa vida espiritual, embora exista a busca pela contemplação, há também a batalha diária que devemos travar, e é Maria que nos protege nesse combate. Continua o hino: “Tende praesidium scapularis”, expressando que ela nos dá segurança e proteção escapular, como uma mãe que nos cobre, com o seu manto de amor, diante dos ataques dos nossos adversários.
Nesse contexto, percebemos uma das realidades mais constantes da piedade mariana: o fato de que a Virgem Maria não é somente uma intercessora, mas também nosso auxílio na batalha desta vida. A mais antiga oração mariana, de um manuscrito do século II, diz: “Sub tuum praesidium”; ou seja, sob a proteção da Santa Mãe de Deus nós nos refugiamos.
No Antigo Testamento, no livro do Gênesis, Deus disse: “Porei inimizade entre ti e a mulher”. Essa inimizade apresenta-se claramente no capítulo 12 do Apocalipse, manifestada em uma batalha: Maria, aquela que preside as tropas de Deus, luta contra o Dragão, a antiga Serpente, com o restante dos seus filhos.
Por isso, o Escapulário e o Rosário são dois objetos que nós deveríamos trazer constantemente conosco. O primeiro é a nossa armadura; o segundo, a nossa arma. Dessa forma, estaremos prontos para a batalha espiritual, sendo liderados pela Mãe Santíssima, que nos levará até a vitória. Por isso, sempre tenhamos em nossos corações a frase: “Per incerta, prudens consilium”, a qual significa que Maria é o prudente conselho no meio das coisas incertas desta vida; “per adversa, iuge solatium, largiaris”, ou seja, que, nos momentos de adversidade, Ela é nossa consolação e vem ao nosso encontro.
Referência: padrepauloricardo.org