São Gregório Magno (c. 540-604) papa, doutor da Igreja
«Morais sobre Job», Livro XIV, SC 212
O nosso Redentor assumiu a morte para que nós não tivéssemos medo de morrer; e manifestou a sua ressurreição para que pudéssemos ter plena confiança de que havemos ressuscitar. Foi também por isso que não quis que essa morte não durasse mais de três dias: porque um atraso da ressurreição na sua Pessoa significaria a perda dessa esperança na nossa. É isso que o profeta diz, com sabedoria, a seu respeito: «No caminho, beberá da torrente; e assim, erguerá bem alto a cabeça» (Sl 109,7). De facto, Ele dignou-Se beber da torrente do nosso sofrimento enquanto seguia pelo caminho, experimentando a morte durante três dias; mas não permaneceu nesta morte até ao fim dos tempos, como acontecerá connosco. Ao ressuscitar ao terceiro dia, Ele mostra o que está reservado para o seu corpo, a Igreja. De facto, com o seu exemplo, mostrou o que tinha prometido como recompensa: ao reconhecerem que Ele tinha ressuscitado, os fiéis teriam a esperança de também eles receberem a recompensa da ressurreição no fim do mundo.