Anos Pares
São João Paulo II, papa
Carlos José Wojtyła nasceu na localidade de Wadowice, na Polónia, em 1920. Ordenado presbítero, continuou os seus estudos teológicos em Roma. Regressado ao seu país, foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e, em 1964, arcebispo do mesmo lugar. Tomou parte no II Concílio Ecuménico do Vaticano. Eleito papa a 16 de outubro de 1978, com o nome de João Paulo II, distinguiu-se pela extraordinária solicitude apostólica, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo. Entre os frutos mais significativos, deixados em herança à Igreja, destacam-se o seu Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canónico para a Igreja latina e oriental. Morreu em Roma, no 2 de abril de 2005.
Leitura I Ef 2, 12-22
Irmãos: No tempo em que éreis pagãos, vós estáveis sem Cristo, privados do direito de cidadania em Israel e alheios às alianças da promessa divina, sem esperança e sem Deus no mundo. Foi em Cristo Jesus que vós, outrora longe de Deus, vos aproximastes d’Ele, graças ao sangue de Cristo. Cristo é, de facto, a nossa paz. Foi Ele que fez de judeus e gregos um só povo e derrubou o muro da inimizade que os separava, anulando, pela imolação do seu corpo, a Lei de Moisés com as suas prescrições e decretos. E assim, de uns e outros, Ele fez em Si próprio um só homem novo, estabelecendo a paz. Pela cruz reconciliou com Deus uns e outros, reunidos num só Corpo, levando em Si próprio a morte à inimizade. Cristo veio anunciar a boa nova da paz, paz para vós, que estáveis longe, e paz para aqueles que estavam perto. Por Ele, uns e outros, podemos aproximar-nos do Pai, num só Espírito. Por isso, já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que tem Cristo como pedra angular. Em Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor; e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.
compreender a palavra
Não há ninguém acima de Cristo. Foi em Cristo que nos tornámos concidadãos e herdeiros das promessas e da esperança. Foi no sangue de Cristo que nos tornámos participantes da sua paz. Foi em Cristo que nos tornámos um só povo, onde não há judeus nem gregos, mas um só homem novo, num só corpo. Foi Cristo que venceu, pela morte, a inimizade e trouxe a paz para os de longe e os de perto. Portanto, alicerçamos em Cristo, pedra angular, porque nele edificarmos com segurança. Não há outro alicerce seguro além de Cristo para edificar em nós a morada de Deus.
meditar a palavra
Cristo é a referência da nossa vida, da nossa fé e da nossa esperança. Como no tempo dos efésios, também hoje nos são apresentadas outras possibilidades, outras espiritualidades e outros alicerces, sobre os quais construir a vida, lançar a esperança e programar o futuro. Os cristãos não têm outra resposta a não ser Cristo. Quando não é suficiente a pessoa de Jesus com o seu Evangelho e procuramos outras respostas, não significa que Cristo não tenha o poder de renovar em nós o homem velho e nos fazer renascer para uma nova vida. Pelo contrário, significa que não fizemos um verdadeiro encontro com Cristo, que não edificámos nele a nossa construção, que andamos a construir na areia, que deixa desmoronar em nós a esperança. Só Cristo é a Pedra segura, só ele derruba os muros da divisão, só no seu sangue fomos justificados, só nele construímos de modo seguro a morada de Deus em nós.
rezar a palavra
Não quero edificar de forma insensata a minha casa sobre a areia. Sei, Senhor, que os ventos, a chuva, as inundações parecem ter mais força e seduzir, para que sigamos outras vozes e não a tua, outros modelos e não o teu. Mas eu, Senhor, quero edificar em Cristo, pois só Cristo é a rocha segura onde me edifico como lugar onde tu habitas.
compromisso
Preparo-me para ser uma pedra viva do templo do Senhor.
Evangelho Lc 12, 35-38
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».
compreender a palavra
O texto insere-se num conjunto mais alargado de advertências à vigilância. O tema está muito presente nos evangelhos e em várias parábolas. Estar atento, vigiar, estar preparado, é uma exigência de quem espera o Senhor. A eminência do acontecimento e a sua radicalidade exige estar alerta. As lâmpadas acesas mostram a escuridão de quem não sabe a hora a que chega o Senhor. A incerteza aumenta a vigilância e prolonga-a pela noite dentro. Os servos não têm horas para descansar, estão sempre ao serviço. Mesmo no coração da noite, onde a vigilância é mais difícil é necessário manter a guarda.
meditar a palavra
Os servos não têm outra razão de ser que a de servir o Senhor, noite e dia. A alegria do servo é servir o seu Senhor, abrir-lhe a porta a qualquer hora do dia ou da noite. O servo não se pertence a si mesmo, pertence ao Senhor. Pensar em si é perder a alegria da vida, porque a sua alegria é receber o Senhor logo que ele bate à porta. A incerteza da chegada aumenta o desejo e mantém o pensamento no Senhor. A luta é grande para não se distrair nem adormecer, mas “quanto maior a luta melhor será o triunfo”. “Felizes serão se assim os encontrar”.
rezar a palavra
Na tua palavra percebo quanto a minha vida está ligada à tua e quanto dependo de ti em todas as coisas. Noite e dia o meu coração espera por ti e te deseja, por isso vigia. Nem sempre consigo vigiar com o meu coração e faz-se noite em mim. A densidade das trevas pode fazer-me esquecer que é por ti que vivo e só em ti repouso na alegria. Segura o meu coração nas vigílias da noite para que encontre sempre em ti a minha razão de viver.
compromisso
Vou vigiar com o meu coração para receber o Senhor que hoje bate à minha porta.
Referência: aliturgia.com