Sexta-feira da Semana I do Tempo Comum

Anos Ímpares

Santo Antão, abade
Memória
Antão nasceu no Alto Egito, aproximadamente no ano 250. Depois da morte de seus pais, seguindo os preceitos evangélicos, distribuiu os seus haveres pelos pobres e retirou-se para a solidão da Tebaida, no Egito, onde começou a sua vida ascética. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da Igreja, animando os confessores na perseguição de Diocleciano e apoiando santo Atanásio na luta contra os arianos. Foram tantos os seus discípulos, que mereceu ser considerado «pai dos monges». Morreu no ano 356.

Leitura I Heb 4, 1-5.11

Irmãos:
Embora se mantenha a promessa de entrar no repouso de Deus,
devemos recear que algum de vós
corra o risco de ficar excluído.
Também nós recebemos a boa nova, como os nossos pais.
Mas a palavra que eles ouviram de nada lhes serviu,
por não estarem unidos pela fé àqueles que a ouviram.
Na verdade, nós que abraçamos a fé,
entramos no repouso de que Deus falou, ao dizer::
«Porque Eu jurei na minha ira:
não entrarão no meu repouso».
De facto, as obras de Deus
estavam concluídas desde a criação do mundo,
pois em certa passagem falou assim do sétimo dia:
«Ao sétimo dia Deus repousou de todas as suas obras»;
e noutro lugar: «Não entrarão no meu repouso».
Apressemo-nos, portanto, a entrar nesse repouso,
para que ninguém sucumba,
imitando aquele exemplo de desobediência.

compreender a palavra
O repouso de Deus de que fala a carta aos Hebreus é o lugar do encontro com Deus. De facto, Deus, depois da criação “descansou” e Jesus, passando pela sua Páscoa entrou neste lugar de repouso. Também nós somos convidados a entrar no repouso de Deus. A Boa Nova que nos foi anunciada é isso mesmo, a notícia de que, em Cristo, todos podemos entrar. Então, “Apressemo-nos, portanto, a entrar nesse repouso, para que ninguém sucumba, imitando aquele exemplo de desobediência”.

meditar a palavra
O caminho para o repouso de Deus foi-nos indicado pelo anúncio da Boa Nova e a porta foi aberta por Jesus ao passar desta vida para Deus através do sofrimento da sua páscoa. O repouso vem depois da caminhada, do trabalho, do esforço. Por isso nos é dito que nos apressemos, ou seja, não percamos tempo saindo do caminho e procurando repouso antes de chegar ao repouso desejado, o de Deus. Teremos tempo para descansar quando ali chegarmos. A Boa Nova é garantia da verdade que nos é prometida, mas não garantia de podermos entrar. A fidelidade é a garantia. A fé leva à fidelidade. No entanto, ao contrário do que pensamos muitas vezes, fidelidade não é não falhar o projeto, mas continuar no caminho apesar de falharmos muitas ou poucas vezes. Insistir, renovar o desejo, melhorar a vontade, afirmar a convicção. Só Deus é plenamente fiel. Não aceitar as nossas limitações pode ser impedimento para chegar ao repouso por pensarmos que não temos direito a entrar. O direito não vem de nós, mas daquele que é o caminho, daquele que abriu a porta e nos convida a entrar no seu repouso. Vamos, por isso, confiantes ao trono da graça.

rezar a palavra
Senhor Jesus, não por mim, mas pela tua fidelidade ao amor sei que posso entrar no teu repouso. Por isso, faço o caminho tantas vezes difícil da minha vida. Acolhendo no silêncio as agruras, os vexamos, as humilhações, o desconsolo dos momentos e das circunstâncias quero chegar ao teu repouso, ainda que ferido, magoado, descalço e roto como tu a caminho do calvário, pois sei que poderei descansar eternamente.

compromisso
Renovo a minha fidelidade ao caminho de Jesus.

Evangelho Mc 2, 1-12

Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum
e se soube que Ele estava em casa,
juntaram-se tantas pessoas
que já não cabiam sequer em frente da porta;
e Jesus começou a pregar-lhes a palavra.
Trouxeram-Lhe um paralítico,
transportado por quatro homens;
e, como não podiam levá-lo até junto d’Ele, devido à multidão,
descobriram o teto,
por cima do lugar onde Ele Se encontrava
e, feita assim uma abertura,
desceram a enxerga em que jazia o paralítico.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico:
«Filho, os teus pecados estão perdoados».
Estavam ali sentados alguns escribas,
que assim discorriam em seus corações:
«Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar.
Não é só Deus que pode perdoar os pecados?».
Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar,
perguntou-lhes:
«Porque pensais assim nos vossos corações?
Que é mais fácil?
Dizer ao paralítico ‘Os teus pecados estão perdoados’
ou dizer ‘Levanta-te, toma a tua enxerga e anda’?
Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem
tem na terra o poder de perdoar os pecados,
‘Eu te ordeno – disse Ele ao paralítico –
levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa’».
O homem levantou-se,
tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente,
de modo que todos ficaram maravilhados
e glorificavam a Deus, dizendo:
«Nunca vimos coisa assim».

compreender a palavra
De regresso a Cafarnaum Jesus continua a falar às multidões que, neste caso, enchem toda a casa. Um homem paralítico é trazido e introduzido na casa onde Jesus se encontrava. Jesus perdoa-lhe os pecados e dá uma lição aos incrédulos sobre o seu poder de libertar o homem do pecado que não o deixa andar.

meditar a palavra
Estamos muitas vezes rodeados de incrédulos. Homens e mulheres que não acreditam em Jesus e que por consequência acabam por não acreditar em si próprios nem nos outros. São aqueles que sempre nos vão dizendo: “não vale a pena”; “não és capaz”; “julgas que és melhor que os outros”; “de que te serve isso?” e tantas outras afirmações que apenas servem para ficarmos parados e não acreditarmos como eles. São os que, sentados diante de Jesus murmuram “«Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?». Aquele que dá ouvidos à voz das impossibilidades vai definhando até chegar ao estado de paralisia total, de modo que já não consegue fazer nada por si e que, para salvar-se, precisa de quatro homens para o levarem a Jesus. Nem sempre temos quatro homens, nem todos têm quatro homens. É urgente seguir pelo nosso próprio pé até Jesus.

rezar a palavra
Põe-me de pé, Senhor. À Tua palavra faz com que as minhas pernas se levantem e me elevem até ao céu. Não permitas que a voz da incredulidade se faça ouvir mais alto do que a Tua palavra. Não permitas que em mim se instale a murmuração que mata a verdade da tua presença, nem me deixes sem o amparo dos irmãos que, no seu testemunho e caridade, me abrem caminhos para o encontro contigo e com a tua misericórdia.

compromisso
Hoje posso pedir auxílio a um irmão para me encontrar com Jesus. Posso também, ou em alternativa, ser um dos quatro homens que ajuda alguém a encontrar Jesus para se levantar da sua prostração.

Via: aliturgia.com

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