«Todos os que O tocavam ficavam curados.»

São Cirilo de Alexandria, Bispo e Doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de São João, 4

Para ressuscitar os mortos, o Salvador não Se contenta em agir através da sua palavra, apesar de esta ser portadora das ordens divinas. Para esta magnífica obra, usa a cooperação, se assim se pode dizer, da sua própria carne, para mostrar que esta tem o poder de dar a Vida, e para que se perceba que forma uma só coisa com Ele: que é realmente a sua própria carne e não um corpo estranho a Ele.

Foi o que se passou quando ressuscitou a filha do chefe da sinagoga; ao dizer-lhe: «Levanta-te, minha filha!» (Mc 5,41), tomou-lhe a mão, conforme está escrito. Devolveu-a à vida, como Deus que era, com uma ordem todo-poderosa; e também lhe deu vida pelo contacto com a sua santa carne, testemunhando assim que tanto no seu corpo como na sua palavra existia uma nova energia divina. E, quando chegou a uma vila chamada Naim, onde o filho único de uma viúva ia a sepultar, tocou no caixão e disse: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te!» (Lc 7,14)

Assim, não só confere à sua Palavra o poder de ressuscitar os mortos, mas também, para mostrar que o seu corpo está vivo, toca nos mortos, e transmita a vida aos cadáveres pela sua carne. Se, pelo simples contacto da sua carne sagrada, Ele devolve a vida a um corpo em decomposição, qual não será o proveito que encontraremos na sua eucaristia viva, quando fazemos dela o nosso alimento! Ela transformará totalmente no seu bem próprio, que é a imortalidade, todos os que nela participarem.

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