Intercessores contra o indiferentismo religioso

Jesus disse: “Ide, fazei discípulos de todos os povos”, atestando que todas as pessoas devem, por vontade Deus, ser católicas e missionárias, espalhando a Palavra de Deus para aqueles que ainda não a conhecem ou que, infelizmente, não a desejam ouvir.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 8, 11-13)

Naquele tempo, Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!”. Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.

Celebramos hoje a Memória de São Cirilo e São Metódio, missionários dos eslavos. Cirilo e Metódio nasceram em território de língua grega, mas foram missionários em povos que ainda não tinham recebido o Evangelho, numa região que hoje corresponde à República Tcheca, à Hungria e a outros territórios da Europa Central e Oriental. Sempre foram próximos do Papa, a ponto de São Cirilo morrer em Roma, testemunhando a realidade de uma Igreja plenamente católica, missionária e unida tanto no Ocidente quanto no Oriente. 

Infelizmente, hoje em dia, muitas pessoas não compreendem a catolicidade e a missionariedade da Igreja. Nosso Senhor Jesus Cristo, antes de subir ao Céu, disse: “Ide, fazei discípulos a todos os povos”, atestando que todos os homens, por vontade de Deus, precisam ser católicos. No entanto, nos últimos séculos, foi-se introduzindo na cultura ocidental o indiferentismo religioso. A Europa, antes católica e missionária, evangelizadora de povos e continentes, começou a achar que estava criando um “imperialismo religioso”, pois “o importante era que as pessoas acreditassem em alguma coisa”. 

Essa mentalidade, tipicamente maçônica, invadiu todos os espaços, dentro e fora da Igreja, de forma que a missionariedade sumiu. Hoje, São Cirilo e São Metódio seriam repreendidos e reprovados: “Como vocês saem da Grécia, submetem-se ao Papa, e depois vão evangelizar pessoas que já tinham religião? Além disso, ao aprender sua língua, formular o alfabeto cirílico e compor textos de liturgia, vocês interferem na cultura dos povos eslavos”. 

O fato, porém, é que apenas os verdadeiros católicos, os que amam a Cristo, sabem que só existe um caminho. São Cirilo, antes de morrer em Roma, fez no leito de morte fervorosas orações pelo rebanho que Deus lhe havia confiado naquelas terras que não estavam  totalmente evangelizadas, pedindo que a obra por ele iniciada fosse cuidada por Deus. 

Também nós precisamos ser movidos por esse mesmo espírito. A missionariedade da Igreja Católica não é uma invenção e nunca será o imperialismo de uma mentalidade medieval, mas se torna um “império” pelo mandamento de Cristo, que ordenou: “Ide, evangelizai”. Eis o único caminho possível para sermos fiéis a Cristo. Eis o coração dos santos e da Igreja de dois mil anos. Que São Cirilo e São Metódio, de lá do Céu, intercedam por nós e nos ensinem a ter, como eles, grande ardor missionário.

Via: padrepauloricardo.org

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